Até aos 31 anos de idade, vivi a minha vida dentro da minha cabeça, pressionando-me para cumprir, para ser perfeita, para me integrar. Licenciei-me numa das universidades privadas mais prestigiadas de França com os maiores elogios, com um mestrado em Comunicação Empresarial, passando os 15 anos seguintes a subir na hierarquia de grandes empresas, até ser responsável pelas relações públicas e comunicações europeias de uma multinacional americana que me contratou pelas 6 línguas que falo.

Mas em 2016 o meu corpo pôs-me numa paragem total. Sentia-me tão irritada, tão perdida. Não percebia o que se passava, uma vez que sempre tinha gerido tudo na perfeição. Senti que o meu corpo me tinha desiludido. Olhando para trás, percebi que tinham sido anos de emoções reprimidas (depressão, ansiedade...), dores (escoliose, enxaquecas...), inflamação crónica (SII, cãibras...) e ataques de pânico. Podemos tentar reprimir, mas o nosso corpo lembra-se...

O meu corpo lembrou-me que a minha vida tinha sido sempre sobre alcançar, destacar-se, receber elogios e deixar os outros orgulhosos. Lembrou-me que tinha perdido a noção de quem eu era e para onde queria ir. Lembrou-me que, sem o meu título profissional, não sabia quem eu era nem o que valia. Ajudou-me a reencontrar o que me tinha sido mais precioso durante a minha infância e adolescência: encontrar alegria e paz no movimento.

Após inúmeras consultas e milhares de euros gastos com terapeutas, coaches e curandeiros de todo o género, decidi finalmente voltar ao meu tapete. Foi essa prática privada, longe da pressão que exercia sobre mim própria, ligada ao interior versus o exterior, que me permitiu SENTIR de novo e experimentar uma outra definição de "sucesso", de "vivacidade": uma definição que só TU podes definir por ti própria.